domingo, 22 de abril de 2018

A amélia

A amélia

    Ontem, depois de muito protelar, finalmente resolvi acabar com aquela montanha de roupas pra passar que estavam me incomodando e tirando o sossego.

   Foram algumas horas, até que a filhota pediu pra dormir e eu deixei a tarefa para hoje, é engraçado, eu realmente não sei quanto tempo faz que eu não passava roupas, essa era uma das atividades que eu delegava com prazer. 

O que me fez escrever sobre isso, foram as coisas nas quais pensei enquanto eu fazia essa tarefa, em como a vida muda e a roda gigante da vida gira. Ha um ano atrás eu tinha o meu emprego dos sonhos, estava bem financeiramente e profissionalmente, mas não emocionalmente, abandonei tudo pra viver um sonho, que me trouxe um prejuízo enorme, mas me ajudou a equilibrar minha vida e me fez refletir sobre vários aspectos. Comecei a pensar em tudo que eu perdi e tudo que eu ganhei, nas decisões que eu tomei, se foi assertiva ou não, se foi sábia ou errônea, e cheguei a conclusão de que independente do caminho que eu tivesse tomado essa dúvida hoje pairaria sobre mim. Simplesmente, porque sou assim. 

Bem, abri mão de um domingo lindo de sol, abri mão de estudar ou ir á igreja, para passar roupa e limpar a casa, agora enquanto meu marido e filha dormem, eu escrevo e sinto o cheirinho de limpeza, e é gratificante, mas também é a unica gratificação, além de um "você é demais" do marido. Confesso que o que eu queria mesmo era ter ficado o dia com minha filha, ter ido no parque brincar na areia, coisa que ela ama, queria ter ido no shopping comprar um tênis pra ela ir à escola essa semana, uma vez que o único que ela tem esta molhado, tive que lavar porque ela esta no processo de desfralde e fez xixi nele, além de estar descolando a sola de tanto que ela usa, comprar aquele celular que eu tanto quero, já que o meu não me permite sequer atender ligações a meses, queria ter ido à igreja louvar a Deus e ouvir seus conselhos, fazer essas coisas sem me preocupar com a roupa pra passar, com a casa por limpar, porque poderia delegar isso à alguém durante a semana. 

No entanto, eu não posso culpar ninguém pelos meus erros e decisões, eu assumi os riscos. Só não tinha dimensão da proporção que essa situação tomaria, nem que eu falharia, e eu falhei.

Sei que o melhor a fazer é deixar nas mãos de Deus, ficar com o coração em paz e confiar. É o que eu venho fazendo, é o que eu tento fazer, e esse texto sem sentido, nada mais é, do que uma forma de desabafar. 

Por agora é só... 

Beijos da Neyri

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